A Justiça de São Paulo decidiu que um jovem médico flagrado plantando maconha não cometeu crime de tráfico e que a erva apreendida em sua casa era para consumo próprio. Na sentença, a juíza Silvana Amneris Rôlo Pereira Borges, da 6ª Vara Criminal de Santos, afirma que “não há prova a indicar que a droga produzida pelo acusado fosse destinada ao consumo de terceiros”. O flagrante aconteceu em novembro de 2012, após uma denúncia anônima.
Os policiais chegaram à república estudantil onde o jovem morava, e encontraram cinco vasos da planta e artefatos para cultivo, além de um recipiente de vidro contendo 14 gramas de maconha e uma sacola com 70 gramas. O médico, atualmente com 27 anos, ficou preso durante dois dias, mas os advogados conseguiram revogar a prisão preventiva. A decisão favorável ao médico saiu no dia 12 de março.
De acordo com o advogado Marcelo José Cruz, ao jornal O Globo, nem o delegado, nem o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entenderam que houve tráfico de drogas. No curso do processo, a defesa do médico comprovou que ele era apenas um usuário. O argumento utilizado foi de que o jovem decidiu plantar a erva para não financiar o tráfico de drogas. Segundo a decisão, o médico “explicou que sempre entrava em um conflito psicológico, porque tinha que comprar do traficante, ter contato com o criminoso, e não aceitava isso”.