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Rússia proíbe Boris Johnson de entrar no país e volta a atacar Kiev e Lviv

O governo de Vladimir Putin proibiu o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, e outras autoridades britânicas de entrarem no país


Foto: AFP

São Paulo, SP

Em retaliação ao que descreveu como uma campanha desenfreada para isolar a Rússia, o governo de Vladimir Putin proibiu o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, e outras autoridades britânicas de entrarem no país, anunciou a chancelaria russa no sábado (16).
“Autoridades britânicas estão agravando deliberadamente a situação em torno da Ucrânia, entregando armas letais ao regime de Kiev e coordenando esforços similares em nome da Otan [aliança militar ocidental”, disse o Ministério das Relações Exteriores em nota.
A chanceler britânica, Liz Truss, o secretário de Defesa Ben Wallace, a ex-primeira-ministra Theresa May e a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, estão entre os proibidos de entrar em território russo.
Boris, que desde o início da invasão russa tem criticado publicamente as ações de Putin, pedido investigações sobre crimes de guerra e atuado diplomaticamente para estabelecer sanções econômicas, chegou a fazer uma visita surpresa a Kiev na semana passada, quando se reuniu com o presidente Volodimir Zelenski para, nas palavras do governo britânico, demonstrar solidariedade ao povo ucraniano.
O 52º dia de guerra no Leste Europeu também é marcado pelo retorno dos ataques à capital Kiev, promessa que Moscou havia feito ao longo da semana, argumentando se tratar de uma resposta a supostas incursões ucranianas contra alvos russos.
O Ministério da Defesa russo afirmou ter bombardeado uma fábrica militar da capital, no distrito de Darnitski, onde são fabricados tanques de guerra. Repórteres da agência AFP no local confirmaram o episódio, relatando a presença de militares e equipes de emergência.
Ainda em Kiev, o prefeito Vitali Klitschko afirmou, a uma emissora local, que ao menos uma pessoa morreu e várias ficaram feridas em ataques com mísseis realizados na manhã desde sábado. “Kiev foi e continua a ser um alvo dos agressores”, disse ele.
Já na cidade de Kharkiv, sob bombardeios constantes ao longo da última semana, o governo regional afirmou que uma pessoa morreu e pelo menos 18 ficaram feridas depois que um míssil russo atingiu áreas residenciais de um dos distritos centrais da região. A informação, no entanto, não pôde ser confirmada de maneira independente.
Militares ucranianos afirmaram que aviões de guerra russos que decolaram da Belarus, ditadura comandada por Alexander Lukashenko e aliada de Moscou, também dispararam mísseis na região de Lviv, perto da fronteira com a Polônia e um dos principais destinos intermediários dos refugiados do conflito que tentam emigrar.
Os russos também alegam terem atingido uma fábrica de reparos da cidade portuária de Mikolaiv. E intensificam-se os ataques na porção leste, em especial na região de Lugansk. O governo regional disse que as cidades de Severodonetsk, Lisichansk e Kreminna foram atingidas, deixando uma pessoa morta e três feridas. Um gasoduto de Severodonetsk também teria sido cortado, e a cidade está sem água e gás.
A vice-primeira-ministra ucraniana Irina Vereschuk informou que nove corredores humanitários para a retirada de civis foram acordados com Moscou para este sábado. Cinco deles seriam na porção leste do país, na região de Lugansk, onde está uma das autodenominadas repúblicas separatistas pró-Rússia de mesmo nome.​
De acordo com Volodimir Zelenski, a Ucrânia perdeu, até aqui, de 2.500 a 3.000 soldados na guerra. Ele também afirma que cerca de 10 mil agentes estão feridos, alguns com gravidade, e que não há contagem oficial de vítimas civis. Os comentários foram feitos na noite de sexta à rede americana CNN.
O número mais recente das Nações Unidas aponta ao menos 1.982 civis mortos, incluindo 162 crianças, e 2.651 feridos. Mas os números, reconhece a própria organização, são subnotificados devido à dificuldade para acessar áreas sitiadas, como a portuária Mariupol.
Ainda segundo a ONU, mais de 4,8 milhões de cidadãos ucranianos deixaram seu país desde o início do conflito. A maior parte deles -pelo menos 2,7 milhões- entrou na Polônia.
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