Embaixador diz ainda que o Brasil terá eleições e que, se Lula vencer, será empossado
Celso Amorim e Lula (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Ricardo Stuckert)
O embaixador Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva representará uma volta do Brasil à normalidade. "Teremos uma vitória da democracia, assim como ocorreu na França", diz ele.
Na entrevista, Amorim também avaliou a vitória de Emmanuel Macron, na França. "A derrota da extrema direita na França é positiva para o mundo. E a manifestação do ex-presidente Lula teve muita repercussão na França. A maneira como Macron recebeu Lula já é uma manifestação de apoio. Macron certamente torcerá por Lula", disse ele. Na sua opinião, Macron ganha agora autoridade para negociar um acordo na Ucrânia.
Amorim também falou sobre a visita da subsecretária de Estado Victoria Nuland ao Brasil. "Há um certo descongelamento das relações entre o governo Biden e o governo Bolsonaro. A viagem também pode servir para colocar pressão sobre o Brasil. O Brasil é um país grande demais e não pode ser desconsiderado pelos Estados Unidos", afirmou.
As eleições de 2022
O embaixador também comentou a nova crise institucional promovida pelo bolsonarismo, depois do caso Daniel Silveira. "É preocupante a tensão entre militares e Supremo Tribunal Federal. O Brasil parece estar retrocedendo 50 anos", diz ele. "Teremos eleições neste ano. Não tê-las seria um retrocesso gigantesco. O Brasil se tornaria um pária absoluto. E o resultado será respeitado. Se Lula vencer, será empossado. O quadro atual é muito diferente do de 1964. Naquele tempo, o pensamento militar tinha apoio da classe média e das elites brasileiras", acrescentou.