O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que políticos de diferentes partidos se organizaram em uma estrutura criminosa para desviar recursos da Petrobras e de outros órgãos da administração pública.
A tese embasa o parecer em que o PGR pede ao STF (Supremo Tribunal Federal) o fatiamento do principal inquérito Operação Lava Jato. O procedimento foi aberto março do ano passado para investigar o chamado núcleo político do esquema de corrupção na estatal.
O documento, enviado à corte na terça (27), só foi tornado público nesta quinta-feira. "Como destacado, alguns membros de determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração pública", diz Janot. Na peça, o PGR descreve os políticos investigados como integrantes de uma quadrilha organizada.
"Elementos de informação que compõem o presente inquérito modularam um desenho de um grupo criminoso organizado único, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e outra em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes", detalha.