Um polêmico estudo do pesquisador americano Allen Downey, ex-Google e professor da Olin College of Engineering de Massachusetts (EUA), mostra a ligação entre o avanço da web e a queda da adesão religiosa. Entre 1990 e 2010, o número de americanos sem religião aumentou de 8% para 18%, enquanto o uso de internet avançou de quase zero para 80%. O pesquisador ressalta que se trata de uma correlação estatística, sem relação causal. Entretanto, sustenta, fornece evidências em favor da causalidade. Por outro lado, adeptos e estudiosos de religião criticam esse raciocínio.
Eles veem a internet muito mais como uma aliada da catequese do que uma adversária. Citam, entre outros exemplos, o estreitamento entre líderes religiosos e fieis graças às redes sociais, aplicativos que facilitam a propagação de doutrinas e até mesmo o alcance midiático do Papa Francisco, que já reúne 13 milhões de seguidores em sites como o Twitter e o Facebook.
Divulgado no fim de março, o estudo da Olin College foi feito com base numa espécie de censo conduzido pela Universidade de Chicago (EUA) e segmentou a amostra por idade, grau de escolaridade, renda, local de moradia, classe social e uso de internet. Após o cruzamento de dados, três fatores surgiram como principais contribuidores para a redução da filiação religiosa: o aumento do número de pessoas que não recebem educação religiosa na família (de 3,3% para 7,7%), o crescimento da parcela da população com 16 anos ou mais de estudo (17,4% para 27,2%) e o avanço da internet (de 0% para 78%).