BAHIA EXTRA
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ONDE ESTÃO NOSSOS VALORES?

 
A CIDADE… A CARTILHA … O POVO … A ESTRADA … EM JATIÚCA …
Poema de Marcello Ricardo Almeida
prólogo – preso neste quadro no museu dos novos onde a greve nunca termina e as cores derramadas pelo sol sobre os cajus as pitombas as jaqueiras as jabuticabas na fase terra do poeta da poesia pré-silábica as cores solares sobre a cidade numa cartilha por onde se leem a avenida da paz e da beleza de cruz das almas deságua o rio catolé 
1 – a cidade criada no miocárdio da feira do passarinho numa aglomeração de frutas e pernas de moça onde aumentam morosamente acanhados e suntuosos o barulho do trem nos trilhos e as casas de boa-sorte e as ruas coloridas e as praças de bonecos de aço e os becos do comércio e a rua do sol onde nasceu o poeta da poesia pré-silábica e os cinemas e as igrejas às esquinas falatórios habituais de estórias de política e de poetas a gloríola das biografias das flores do vergel do lago e das casas da levada e dos gritos no rei pelé e dos acontecimentos no trapiche da barra corriqueiros pescadores e suas jangadas nas areias da avenida da paz e as ondas violentas do sobral e dos mandantes dos mandados e das escolas os anos se encarregam em transformarem as lagoas e os mares de massayó de maceió de ceió de mas-saió de mar
2 – uma cartilha por onde muitos leem é avenida da paz e o mundo continua como se fosse há dez 20 trinta 50 anos - outro século - exceto maceió seu dinheiro é seu povo hospitaleiro de coração um riso e um bom dia no olhar dos coqueirais outros se casando crianças nascendo pessoas morrendo a roda viva deixa maceió cheia de casas  tontas e muitas vão-se condicionando à beleza e sofrendo de contentamento e liberdade  mundaú e manguaba marmundaúguabalagoas não devem satisfações a seu ninguém comer peixe todo dia e crustáceos que vestem a mesa  que incitam imigrações e migrações ao paraíso
3 – o povo tem a beleza que merece haverá mesmo no mundo outra pajuçara quanto vale uma praia o sol e as barracas a água de coco-da-baía verde em casas de palhas  uma orla de mulheres lindas e praias de areias largas de barcos os votos do povo votos que farão representantes desse mesma povo não haverá no mundo outra pajuçara
4 – toda estrada dá na praia de cruz das almasdias sucedendo dias levando à praia de cruz das almas as imaginárias e nunca vistas lugares de figuras marinhas de histórias de livros onde a baleia cachalote encontra outras baleias e os pescadores em jangadas atravessam galáxias de dias sucedendo dias de ondas sucedendo ondas levando para os olhos das máquinas de fotografia o dia-a-dia que quiserem enquanto aprisionam a beleza deixa cada vez cruz das almas levar em sua paz porque toda estrada dá na praia de cruz das almas
5 – em jatiúca e ponta verdedeitam-se os coqueiros sobre as praias num vaivém e vão continuar arrebentando o quadro em sentido único de vicissitudes a antiga máquinas de guerra usadas pra desmontarem muralhas onde todas as angústias morrem e o pato é pago na feira do passarinho e o cordão vai continuar em volta da academia de letras e do teatro deodoro num movimento oscilatório
6 – o rio catolé de histórias costumam contar novos e velhos traz água catolé e dirá se suas pedras falassem catolé naturalmente narrariam pescarias faustosas de tabuleiros  de casas o farol lhe espera as ladeiras e o palácio dos martírios
“O Garrafão de Steinhäger”, de Marcello Ricardo Almeida.

    Depois de nove meses “fora de combate”, o nosso Blog volta a ter vida normal, ainda que suas matérias anteriores estejam em plenamente atualizadas, face a insistência de determinados setores da vida Nacional em querer modificar os nossos costumes e valores, influenciando nosso povo com a importação do que existe de mais nojento no convívio de uma sociedade. Certamente que muita gente não irá compreender a importância dessa matéria, e não temos absolutamente a pretensão de esgotar o assunto, e de sermos plenamente aceitos, contudo, é preciso que fique bem claro que não nos pertence certos e determinados costumes e procedimentos, como a intolerância racial, o preconceito, o machismo e o feminismo distorcidos, a discriminação, o “permissivismo”, e a manipulação de conceitos e princípios, dentre outros.
   Nessa linha de entendimento, podemos dizer que o caminho a seguir, para que a nação se desenvolva, é o da educação, naturalmente que abandonando todas essas pregações que ora verificamos e que são amplamente veiculadas pelos meios de comunicação de massa, os quais contam com a inoperância e em muitos casos a omissão criminosa de muitos dos responsáveis pelas políticas públicas. Nota-se, assim, que todos querem emitir suas opiniões sobre tudo o que acontece a nível nacional, trazendo exemplos de fora para justificar seus pensamentos, o que é compreensível, não fosse a utilização dos veículos de comunicação de massa, formadores de opinião, usurpando a atuação do governo na consecução dos assuntos de interesse do povo. 
    Assim, depois que um apresentador de telejornais de uma certa emissora resolveu fazer comentários de sua própria cabeça, acerca de temas de real interesse da nação e abandonando os textos que lhes eram dados para ler, todos resolveram seguir o seu exemplo, restando por transmitir conceitos e exemplos nefastos aos nossos interesses, com o que se verificam as mudanças de comportamentos, para a infelicidade das famílias. E o que se dizer das novelas, principalmente as da “Globo”, com cenas de sexo e de nudez no horário em que as famílias costumam se reunir? Certamente que o estrago é deveras irreparável, pois fica difícil aos pais dizer às suas filhas de 12 a 15 que devem permanecer virgem e esperar o casamento para ter uma experiência nessa área, quando se demonstra que isso é caretice e tudo mais. Ora, se até o Governo Federal, através do Ministério da Educação, possui, dentre outras coisas, uma cartilha impondo aos professores ensinar às crianças sobre as questões de sexo, como se sair dessa encruzilhada, ensinando valores morais, educacionais e de tradição de um povo religioso e sério? Mais sobre esse tema falaremos depois.
   A questão central é a manipulação criminosa dos nossos valores éticos, morais e até mesmo legais, como é o caso das reservas legais nos partidos políticos, nas universidades e demais escolas, nos empregos públicos e particulares, na utilização da terra, e em núcleos sociais distintos, como se eles não fizessem parte da nação brasileira, em um país onde todos vivem sem essas discriminações abomináveis, exceto fatos isolados que não representam a consciência nacional. Não dá para aceitar a intromissão externa, quer de governo, quer de ONGs, quer de setores anarquistas, na efetivação da educação doméstica, local onde a criança recebe os mais verdadeiros ensinamentos de como se portar em sociedade, na escola, e de como respeitar os professores, as pessoas como um todo, principalmente os mais idosos.
   Na sociedade atual, tudo o que se quer ensinar é o contrario daquilo que aprendemos, vivemos e transmitimos aos nossos filhos, ao longo da história da humanidade. Será que tudo estava errado? Como foi que nós conseguimos chegar até aqui? Daí porque, o aumento desenfreado da criminalidade, do desrespeito ao cidadão e a seus direitos, e demais anomalias contempladas em todos os lugares da nação, leva por conta ensinamentos descontrolados e não fiscalizados, movidos na maioria dos casos por interesses escusos ou inconfessáveis. Desta forma, os assuntos que educam e constroem valores sociais não são aqueles que são veiculados com a limpidez que se deve ter, não só pela falta de controle do dos meios de comunicação de massa, já que se trata de concessão de serviço público federal, cedido a particulares.
    É e por isso que muitos criminosos são tratados como menores infratores, apreendidos, em vez de bandidos criminalizados por seus atos. Assim, um moleque ordinário de 14 ou 15 anos lidera quadrilhas e quando “apreendido” é liberado imediatamente por ser menor de idade. Daí está em moda os chamados rolezinhos, convocados com hora marcada por bandidos e que causam tantos prejuízos a quem trabalha e paga os impostos que sustentam essa Nação. Portanto, muito se tem questionado a respeito dos valores da nossa sociedade. Será que é isso mesmo que o nosso povo deseja? Ou são alguns partidos e políticos carreiristas que estão por detrás dessas coisas para obterem vantagem. O certo é que, se a educação fosse tratada com o devido respeito, certamente que as pessoas teriam condições de raciocinar e definir o que seja certo e errado, o que seja bom ou ruim para a nação, o que sejam valores éticos e morais, enfim, não se permitiriam ser manipulados por uma casta de malandros que se situam em postos estratégicos da vida nacional.
   Dr. Adilson Miranda, é advogado, vice-presidente da AAB-Associação dos Advogados da Bahia e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

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