Em audiência na CPI no Congresso que investiga suas relações com empresários e políticos, o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, afirmou na terça-feira (22), que irá permanecer calado.
"Constitucionalmente fui advertido pelos advogados para não dizer nada e não falarei nada aqui, somente depois da audiência que terei com o juiz. Se achar que posso contribuir, pode me chamar que responderei a qualquer pergunta", disse Cachoeira, na sua primeira fala.
A audiência está prevista para acontecer no próximo dia 1º. Cachoeira chegou ao Senado escoltado pela Polícia Federal. A mulher dele, Andressa Mendonça, também acompanha a reunião. O advogado Márcio Thomaz Bastos foi acomodado ao lado do seu cliente, que está numa cadeira separada da mesa em que ficam o presidente e o relator da comissão.
O empresário deu as mesmas repostas às perguntas que lhe foram feitas, e chegou a se incomodar com a insistência dos parlamentares. "Ajudaria muito, deputado, mas somente após a minha audiência. Por enquanto ficarei calado como manda a Constituição", afirmou o empresário. "Tenho muito a dizer depois da minha audiência, pode me convocar".
Segundo ele, os parlamentares forçaram a audiência. "Antes de eu depor no juiz eu não posso falar, não vou falar. Depois disso, vamos ver. Foi o pedido de sempre para reavaliar nossa vinda. Quem forçou foram os senhores." Diante das negativas, os parlamentares têm reduzido as perguntas. O relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), que preparou 200, fez cinco perguntas apenas.(informações:Folha/Foto:Ag. Senado).