Dados divulgados nesta quinta sobre o PIB (Produto Interno Bruto) americano, indicando uma queda de 1,5% de janeiro a março
Foto: Yuriko Nakao
Em uma sessão marcada pelo bom humor dos investidores em escala global, o dólar perdeu terreno frente ao real na quinta-feira (26), enquanto as Bolsas tiveram um dia de valorizações expressivas.
A moeda americana encerrou os negócios em queda de 1,24%, cotada a R$ 4,7610 para venda, no menor valor desde 20 de abril (R$ 4,619). O DXY, índice que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas, recuou 0,3%.
Na Bolsa brasileira, o índice Ibovespa marcou ganhos de 1,18%, aos 111.889 pontos, impulsionado por altas destacadas da Cielo e do setor de saúde.
No mercado local, o maior destaque de alta no dia ficou por conta da empresa de máquinas de pagamento Cielo, que viu as ações saltarem 11,29%, após o JP Morgan revisar de neutra para compra a recomendação para os papéis da empresa, com preço-alvo de R$ 5 em dezembro, o que embute um potencial de valorização de 23,7%.
Uma participação de mercado relativamente estável em torno de 26% nos próximos trimestres, o aumento nas taxas cobradas dos lojistas e disciplina nos custos foram apontadas pelos analistas do banco americana entre as principais razões para a melhora na percepção sobre o ativo.
Também se destacaram entre as maiores altas da Bolsa nesta quinta as ações do setor de saúde, depois que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) aprovou um reajuste de 15,5% nos planos de saúde individuais e familiares.
O índice ficou dentro do esperado pelas empresas do setor e marca o maior aumento desde 2000, ano em que a autarquia foi fundada.
Na esteira do anúncio, as ações da Rede D´Or emplacaram forte alta de 6,15%, enquanto as da SulAmérica avançaram 5,41%. Já Hapvida subiu 5,22%, e Fleury, 3,35%.
ALÍVIO COM POLÍTICA MONETÁRIA IMPULSIONA BOLSAS GLOBAIS
No mercado global, a redução da aversão ao risco já verificada na sessão passada se estendeu nesta quinta entre as principais Bolsas.
Na véspera, a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) trouxe alívio aos agentes de mercado, ao confirmar a intenção de novos aumentos de 0,50 ponto percentual nos juros americanos.
Preocupações dos investidores sobre a possibilidade de a autoridade monetária dos Estados Unidos ter de apertar o ritmo de altas estiveram entre as principais razões para as quedas das Bolsas americanas verificadas nos últimos dias.
Dados divulgados nesta quinta sobre o PIB (Produto Interno Bruto) americano, indicando uma queda de 1,5% de janeiro a março, também contribuíram para a alta das ações, com o desempenho da economia nos Estados Unidos reforçando a percepção dos agentes de mercado sobre um aperto mais suave das condições monetárias na região.
Nas Bolsas americanas, o S&P fechou em alta de 1,99%, enquanto o Dow Jones avançou 1,61%, e o Nasdaq, com maior concentração de ações de tecnologia, teve valorização de 2,68%.
O movimento no mercado americano acompanhou o sentimento de maior apetite por risco na Europa, com alta de 0,56% do FTSE-100, de Londres, de 1,78% do CAC-40, de Paris, e de 1,59% do DAX, de Frankfurt.
Já na Ásia, os mercados encerraram o dia sem uma clara tendência definida, com alta de 0,25% do CSI 300, da China, mas queda de 0,27% tanto do Hang Seng, de Hong Kong, como do Nikkei, do Japão.