Jogadora de vôlei recebe pena máxima e só poderá voltar às quadras em 2025, aos 37 anos
Campeã olímpica nos Jogos de Londres 2012, Tandara foi condenada a quatro anos de suspensão, pena máxima, por doping em julgamento realizado nesta segunda-feira com duração de quase oito horas. Os três Auditores do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) foram unânimes na decisão, que tira a jogadora das quadras até 2025. A informação foi publicada pelo “Olhar Olímpico” e confirmada pelo LANCE!.
A oposta de 33 anos foi suspensa preventivamente no dia 5 de agosto de 2021, durante os Jogos de Tóquio, após resultado analítico adverso para a substância Ostarina, em exame surpresa realizado no dia 7 de julho daquele ano. A defesa ainda poderá recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça.
A Ostarina é um SARM, ou seja, um modulador seletivo de receptor de androgênio. Esse tipo de substância tem comercialização proibida no Brasil e seus resultados são semelhantes aos proporcionados por esteroides anabolizantes. O ganho de explosão muscular sem ganho de peso é um deles.
Os SARMs se popularizaram no Brasil nos últimos anos. Com a contestável promessa de proporcionar efeitos anabólicos com menores danos à saúde, produtores de suplementos apostaram na ideia. Apesar da proibição, eles são facilmente encontrados no país pela internet.
A jogadora de vôlei, que é defendida pelo advogado Marcelo Franklin, tentou alegar contaminação cruzada de um suplemento alimentar, mas a tese não convenceu o TJD-AD. Se a pena for mantida, ela só poderia voltar às quadras aos 37 anos.
Enquanto aguardava o julgamento, Tandara foi lançada como pré-candidata a deputada federal pelo MDB de São Paulo, com o apoio do diretório municipal de Osasco. A atacante tem forte ligação com a cidade, por onde já foi campeã da Superliga.
A equipe, inclusive, contava na última temporada de clubes com a atleta, que era dona de um dos maiores salários do vôlei feminino brasileiro. A oposta chegou a marcar presença em partidas na reta final do campeonato. Mas profissionais do meio ouvidos pela reportagem afirmam que a volta da veterana às quadras já não era esperada nos últimos meses, em meio às dificuldades de provar sua inocência.