Injeção de medicamento inovador no ouvido interno foi capaz de restaurar as células ciliadas, responsáveis pela audição
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Tratamento inovador desenvolvido por pesquisadores do MIT, nos Estados Unidos, promete regenerar células ciliadas do ouvido e restaurar a audição
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, anunciaram o desenvolvimento de um tratamento inovador para reverter a perda auditiva. O remédio, que envolve terapia regenerativa, está sendo desenvolvido pela farmacêutica Frequency Therapeutics, comandada por cientistas do MIT, e já mostra resultados animadores nas primeiras fases dos testes clínicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,5 bilhões de pessoas, um quarto da população mundial, sofre com algum grau de perda da audição.
Quando o ser humano ainda está no útero, existem células progenitoras — descendentes das células-tronco e que podem se transformar em outras células do corpo — que ficam no ouvido interno e geram as chamadas células ciliadas, responsáveis pela audição.
Porém, essas partículas progenitoras ficam inativas antes do nascimento e nunca mais se transformam em outras células. Além disso, as 15.000 células ciliadas presentes em cada ouvido dos seres humanos ao nascer morrem com o tempo e nunca se regeneram. Fatores como ruído alto aceleram essa degradação, e a consequente perda auditiva, explicam os cientistas.
Porém, em 2012, uma equipe de pesquisa do MIT conseguiu transformar células progenitoras em milhares de células ciliadas em laboratório, algo considerado inovador e que nunca havia sido realizado. As moléculas responsáveis pelo feito passaram então a serem testadas como um medicamento injetado no ouvido para regenerar, no local, as células ciliadas que permitem a audição.
Segundo comunicado do instituto, o novo tratamento melhorou de forma “significativa” a audição de pessoas em testes clínicos, medida por testes de percepção de fala — a capacidade de entender a fala e reconhecer palavras. Alguns resultados já perduram por quase dois anos.
“Algumas dessas pessoas (nos testes) não conseguiam ouvir por 30 anos e, pela primeira vez, disseram que conseguiram entrar em um restaurante lotado e ouvir o que seus filhos estavam dizendo. É muito significativo para eles. Obviamente, mais testes precisam ser feitos, mas apenas o fato de você poder ajudar um pequeno grupo de pessoas é realmente impressionante para mim”, afirmou o professor do MIT e fundador da Frequency Therapeutics Robert Langer.
Agora, a empresa está recrutando 124 pessoas para novos ensaios clínicos, e mais resultados preliminares devem estar disponíveis já no início do próximo ano, afirmam os pesquisadores.