Peru rejeita 2º pedido de destituição do presidente, e mecanismo de vacância é questionado
O Congresso do Peru decidiu nas primeiras horas de terça (29) rechaçar um pedido de vacância do presidente Pedro Castillo Terrones. Foram a favor 55 parlamentares e contra, 54, além de 19 abstenções; eram necessários 87 votos para afastar o presidente, do total de 130.
Essa foi a segunda vez que Castillo enfrentou uma moção de vacância, uma espécie de impeachment -ainda que seja uma figura jurídica distinta- que aponta a “incapacidade moral” para governar. Na primeira, em dezembro, também não se alcançaram os votos necessários.
Desde a posse do esquerdista, a gestão vem sendo marcada por um duro enfrentamento entre Executivo e Legislativo, cujo principal reflexo foram as trocas ministeriais: sem contar mudanças pontuais, por motivos diversos, Castillo precisou formar quatro gabinetes, o mais recente deles tendo sido aprovado pelo Congresso no último dia 9.
A moção foi analisada entre segunda e a madrugada de terça numa sessão que durou mais de oito horas e na qual discursaram 95 parlamentares. Os debates chegaram a ser interrompidos por cerca de uma hora em meio a uma confusão causada depois que a deputada fujimorista Vivian Olivos colocou um cartaz com os dizeres “vacância já” em sua cadeira -os governistas exigiram a retirada da placa.
Do lado de fora da sede do Parlamento, houve manifestações contra e a favor da destituição de Castillo.
O texto foi apresentado pelo opositor Jorge Montoya, do partido de ultradireita Renovação Popular, com uma série de novas acusações contra o presidente. Entre elas, a de favorecimento a uma empresa para o contrato da construção de uma ponte no valor de US$ 61 milhões -a concessão já havia sido anulada em janeiro por infringir as regras de contratação estatal. Continue lendo...