Pesquisa divulgada nesta quarta (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a desigualdade de renda no país parou de crescer após três anos seguidos de alta. Mas estagnou nos maiores patamares da série histórica iniciada em 2012.
Com a queda do desemprego para 11% aumentou em 2019 a fatia da população brasileira que tinha algum tipo de rendimento. A melhora no cenário, porém, foi acompanhada de uma explosão na informalidade, que atingiu o maior nível desde 2016.
De acordo com o IBGE, 2,4 milhões de brasileiros passaram a ter algum rendimento do trabalho em 2019, elevando a 44,1% o número de brasileiros nessa situação. A renda média mensal do trabalhador foi de R$ 2.308 por mês contra R$ 2.317 registrados no ano anterior.
O estudo mostra que a metade mais pobre da população vive com uma renda média de R$ 850 por mês. Os 5% mais pobres, ou cerca de 4,5 milhões de pessoas, recebem R$ 165, em média, por mês. Já os 1% mais ricos, cerca de 900 mil pessoas, ganharam em 2019 R$ 28.659 por mês.
O valor equivale a equivalente a 33,7 vezes a média da metade mais pobre. Em 2015, ano de menor desigualdade desde o início da série histórica em 2012, a diferença foi de 30,5 vezes. O índice de Gini do rendimento do trabalho ficou em 0,509, mesmo patamar de 2018 e pouco acima dos 0,508 de 2012.
Segundo o IBGE, o aumento da desigualdade foi mais intenso na região Nordeste, onde o rendimento médio dos 1% mais ricos cresceu 11%. A região tem o maior índice de desigualdade na renda do trabalho do país. O IBGE, porém, não avaliou os motivos da alta.
A massa real de rendimento, que soma as rendas mensais de todos brasileiros, foi de R$ 213,4 bilhões em 2019. O valor é 2,2% maior que o verificado em 2018, refletindo o aumento no número de pessoas com renda mensal. Deste total, 43,1% ficou nas mãos dos 10% mais ricos, valor praticamente estável em relação a 2018.
Já o s 10% mais pobres ficaram com 0,8% da massa de rendimento mensal domiciliar per capita no país.
Considerando outras fontes de renda, como aposentadorias, aluguéis, pensões alimentícias e mesadas, o rendimento médio do brasileiro em 2019 foi de R$ 2.244, praticamente estável em relação aos R$ 2.247 do ano anterior.
Destas fontes, a principal é a aposentadoria, que representou em média 20,5% do rendimento médio total do brasileiro em 2019, também estável em relação ao ano anterior. Aluguéis e arrendamentos representaram 2,5% e pensões alimentícias, doações e mesadas de não moradores, 1,1%.
O percentual de domicílios atendidos pelo Bolsa Família caiu em 2019, de 13,7% para 13,5%, mas o número de domicílios cresceu, o que indica que não houve redução em números absolutos, segundo o IBGE. Em 2019, o país tinha 72,4 milhões de domicílios, cerca de 1,4 milhão a mais do que no ano anterior.