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Índice de famílias com dívidas em Salvador chega a quase 50%, aponta Fecomércio


A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio) apontou que o percentual de famílias endividadas em Salvador chegou a quase 50% em abril. O número foi apresentado através da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Atualmente, 462,4 mil famílias possuem algum tipo de dívida na capital baiana, o que significa um aumento de 34 mil em um período de um ano. É a maior taxa desde fevereiro de 2018. O consultor econômico da Fecomércio, Guilherme Dietze, comentou o resultado.

"Tanto o aumento do endividamento quanto da inadimplência tem a ver com os impactos da COVID-19 na economia do país e do estado da Bahia. As famílias estão enfrentando um enorme desafio, principalmente as que ganham até 10 salários mínimos. Para esse grupo, a taxa de endividamento está em 52%, enquanto para as famílias com renda mais elevada o percentual está em 27,4%", disse.

Dietze avalia que com o cenário ainda imprevisível, as famílias com renda mais baixa estão perdendo as suas fontes de recursos, por causa da restrição de circulação, ou estão com medo de perder seus empregos. Contudo, o tipo de dívida mais frequente em Salvador é do cartão de crédito com 89,3%, que tem, segundo o Banco Central, uma taxa média de juros no rotativo de 292% ao ano.

O economista orienta que, em condições normais, seria para o consumidor buscar um crédito relativamente mais barato como o crédito pessoal que tem uma taxa média de 40,2% ao ano. "No entanto, com o aumento do risco da inadimplência, os bancos estão tornando o crédito mais seletivo, o que tem limitado o acesso ao crédito pelas famílias. Até mesmo quem consegue, oferecem taxas de juros altas e menor prazo de pagamento", explicou.

Vale destacar que o Governo Federal dará um auxílio emergencial de R$ 600 aos trabalhadores informais, autônomos, desempregados e MEIs (Micro Empreendedor Individual). "É importante tentar pagar as dívidas para não jogar o problema para frente, tornando uma bola de neve ainda maior e ter tranquilidade para conseguir arcar, neste momento, com os produtos mais essenciais como alimentos e remédios", finalizou Guilherme Dietze.
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