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Presidente do STF, Cármen Lúcia diz que sente discriminação

  Segunda mulher a presidir o Supremo Tribunal Federal em 125 anos, a ministra Cármen Lúcia voltou a defender os direitos femininos. Na sexta-feira, 23, em conversa com jornalistas, ela afirmou que ainda sente forte discriminação de gênero na sociedade e declarou que o preconceito "nem precisa ser dito".
     Atualmente, dos 11 ministros que compõem a Corte, apenas duas são mulheres - Cármen e Rosa Weber. Questionada se o STF deveria ter mais ministras, Cármen lembrou que a competência das indicações do STF é da presidência da República e que a falta de mulheres não ocorre por falta de competência. 
    "As coisas não se excluem, há mulheres que têm notável saber e reputação ilibada? Há. Não é porque tem que ter mais mulheres, nós queremos mais mulheres em postos porque nós conseguimos chegar em altos postos", disse. Cármen avalia que as mulheres estão chegando a campos onde não tinham espaço para trabalhar nas últimas décadas, porém nos cargos de liderança ainda é preciso melhorar.
    Ela lembrou que o cargo de procurador-geral da República nunca foi ocupado por uma mulher e considerou a posse de Grace Mendonça como advogada-geral da União, também inédito para mulheres, um avanço. "Talvez esteja atrasado para nós", completou. "É uma pena, porque as pessoas poderiam notar que as duas visões de mundo feminina e masculina se completam muito."
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