A fisioterapeuta Ângela Mattos dedicou o seu trabalho a cuidar de idosos acima de 80 anos. Era um resgate e uma preferência. Com o tempo, percebeu que as responsabilidades dos cuidados sempre tão extremados com esses pacientes e seus familiares, a perda inevitável nesse tipo de atuação e a presença constante com a finitude trazia muita angústia e despertava medos. Certo dia, numa conversa com uma amiga, decidiu que iria se submeter a uma sessão de terapia com uma técnica de respiração profunda, conhecida como Renascimento (ou, em inglês, Rebirthing).
“Embora seja difícil racionalizar, posso garantir que fui me sentindo tratada, curada, de modo leve, agradável, não precisava ficar falando sobre meus sentimentos para o terapeuta, pois, através da respiração, fui percebendo que conseguia me internalizar e descobrir onde estavam as raízes de todo aquele desconforto”, conta. Ângela diz que, depois das sessões, conseguiu dormir profundamente pela primeira vez em anos e trazer os benefícios para a rotina diária.
Parece difícil de acreditar que algo tão simples como respirar possa ser capaz de promover cura. De acordo com a terapeuta e uma das responsáveis pela divulgação do método na Bahia, Kareema Marinho, respirar é fenômeno de vida e, todas vezes que se respira pouco, a vida vai cessando, gerando os desequilíbrios físicos, mentais e emocionais.