O reforço das agendas de viagens entrou na pauta na reunião de quarta-feira, 18, entre a presidente Dilma Rousseff e seis ministros que integram a coordenação política do governo no Palácio da Alvorada. Dilma segue o conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - para quem Dilma deve sair do gabinete e ir às ruas defender o governo. Pacote fiscal, medidas de combate à corrupção e a estratégia para tentar evitar a derrubada do veto no projeto que reajusta o imposto de renda em 6.5% também foram discutidos. Uma das ideias do governo é adiar a votação do IR, que está prevista para a semana que vem.
Empurrando a votação para março, o Planalto poderá ganhar tempo para tentar um acordo para que a correção seja de um índice menor. O ideal para o Planalto, que tenta se reaproximar da base aliada, é manter o reajuste atual de 4,5%. Dilma quer ainda reforçar a chamada "agenda positiva", na tentativa de reverter o clima de animosidade com o Congresso e com os agentes econômicos. A avaliação é que as sucessivas derrotas impostas pelos parlamentares ajudaram a derrubar a avaliação do governo.
Há um pessimismo com a economia, apesar dos esforços e contatos feitos pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. Na reunião desta quarta-feira de Cinzas, que durou uma hora e meia, estavam presentes os ministros da Casa Civil, Aloízio Mercadante; da Defesa, Jaques Wagner; das Relações Institucionais, Pepe Vargas; da Secretaria Geral, Miguel Rossetto; da Justiça ,José Eduardo Cardozo, e das Comunicações, Ricardo Berzoini. Dilma quer acertar com seus ministros a condução dos trabalhos no Congresso, a partir da semana que vem, para tentar barrar votações consideradas problemáticas. O ministro Pepe Vargas já agendou reuniões para a próxima terça-feira com os lideres da base da Câmara e do Senado.