Um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que desde o ano 2000 o Brasil não consegue reduzir o número de meninas que ficam grávidas com menos de 15 anos. E a gravidez precoce leva muitas delas a ter filhos em condições precárias e a abandonar a escola. Na maternidade ela era a mais novinha: mãe aos 12 anos de idade.
O namoro precoce foi sem cuidados para evitar a gravidez. “Eu nem lembrava de tomar remédio remédio, quando eu lembrava do remédio já era no outro dia”, conta a menina. A bebê nasceu no sétimo mês de gestação. A jovem foi morar com a família do pai da criança, também adolescente. E a mudança de vida está exigindo mais dela. “Vou ter que ter mais responsabilidade, eu vou ter que criar ela, tomar juízo”, diz a menina.
Em um hospital de Belo Horizonte, o médico responsável pelo atendimento a adolescentes reconhece o problema e as causas apontadas por um estudo que reúne informações do SUS. "A gravidez na adolescência está relacionada com situação de pobreza, conforme mostra o estudos, com a questão de baixa escolaridade. Pode ser explicada por situação de violência doméstica. Muitas vezes a menina fica grávida como uma tentativa de sair de casa”, afirma o ginecologista Edson Borges.
Segundo o Ministério da Saúde, essas meninas fazem menos consultas de pré-natal do que deveriam porque escondem a gravidez e uma outra consequência comum é a evasão escolar. “Desde o início do ano, na hora do intervalo, em conversas com os outros professores, a gente escutava: ‘Tal aluna ficou grávida, tal aluna está grávida’. E duas delas evadiram da escola”, diz a professora Emanuela Alves.