O número de mortes causadas pela aids no Brasil caiu 38,9% entre 2001 e 2012, aponta relatório da Unaids - agência da ONU de combate à doença - divulgado hoje. Ainda assim, no mesmo período, a população brasileira infectada pelo HIV saltou de um mínimo de 430 mil pessoas para 530 mil, alta de 23,3%. Para infectologistas ouvidos pelo Estado, os dados indicam que o Brasil pode comemorar que os portadores do HIV têm vivido mais tempo graças ao maior acesso aos medicamentos - em 2012, foram no mínimo 11 mil mortes, ante 18 mil em 2001 -, mas o País ainda falha muito nas ações de prevenção.
"Os portadores do HIV hoje vivem mais e melhor, é fato. Graças ao acesso aos medicamentos e ao diagnóstico precoce, que reduzem o porcentual de mortalidade. Mas isso não significa que esteja perfeito. Precisamos fazer muito mais", disse Juvêncio Furtado, diretor do Departamento de Infectologia do Hospital Heliópolis e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Os dados da Unaids mostram que a queda estimada da mortalidade causada pela aids no Brasil está acima da média global.
Segundo o estudo, as mortes registradas no mundo caíram 15,7%, de 1,9 milhão de pessoas em 2001 para 1,6 milhão no ano passado. Na Nigéria e na África do Sul, morrem 240 mil pessoas por ano. Por outro lado, o aumento do número de infectados mundialmente é inferior ao do Brasil: 17,6%. Ao todo, estima-se que 35,3 milhões de pessoas vivam no mundo com o vírus, ante 30 milhões em 2001. Na África do Sul são 6,1 milhões de pessoas.