Seminuas, mulheres protestaram contra a visita do papa Francisco
Durante a recepção de autoridades ao papa Francisco no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, centenas de manifestantes aproveitaram para protestar em frente à sede do governo do Estado. O ato, no entanto, acabou em confronto depois que o Papa deixou o prédio.
Alguns manifestantes jogaram pedras, garrafas d'água e coquetéis molotov em direção a jornalistas e a policiais, e o Batalhão de Choque da Polícia Militar usou bombas de efeito moral, balas de borracha e jatos d’água para dispersar as cerca de 700 pessoas que se aglomeraram nas proximidades do palácio, isolado pela Polícia Militar.
Manifestantes em confronto com a policia tentavam invadir o Palácio da Guanabara
Dois caveirões da PM avançaram rapidamente para cima da multidão, que fugiu pela rua Pinheiro Machado e pela rua das Laranjeiras. O estudante de Pedagogia Bruno Teles, 25 anos, foi preso suspeito de ter atirado o primeiro coquetel molotov. Ele foi detido por um policial infiltrado, o chamado P2, e estava com uma espécie de colete por baixo da roupa para se proteger dos tiros de balas de borracha. O estudante negou as acusações.
"Represento a sociedade brasileira. Sou um trabalhador. Prefiro morrer aqui do que num hospital público", disse ele. Um fotógrafo estrangeiro, da agência France Press, ficou ferido com um corte na testa durante o confronto, outro manifestante levou um tiro de bala de borracha e um carro da Rede Globo foi quebrado. Um boneco do governador Sérgio Cabral (PMDB) foi queimado durante o protesto.
Aos gritos de "Cabral é ditador!" e "Não adianta me reprimir, esse governo tem que cair", os manifestantes dançavam seminuas ao redor da fogueira. Integrantes dos grupos Anonymous e Ocupa Cabral também protestavam no local. Antes do confronto, a Polícia Militar fez um cordão de isolamento com mais de 100 policiais entre a sede do governo e a rua Pinheiro Machado com a travessa Pinto da Rocha. Todas as pessoas que tentam se aproximar do palácio eram barradas. Moradores precisaram apresentar comprovante de residência para poder passar pelo bloqueio. (Foto / Fonte: Terra)