Na última vez que o bloco Gula desfilou no Carnaval de Salvador com seu nome, em 2007, a banda Terra Samba, que estava no auge do sucesso, foi a atração principal. De lá pra cá, especialistas em Carnaval afirmam que o bloco só aluga vagas para artistas que querem desfilar no seu horário, um dos primeiros do Circuito Dodô (Barra-Ondina). Virou um bloco de aluguel – como pelo menos outros cinco que deveriam desfilar no circuito, mas apenas negociam sua vaga na fila com grande nomes do Carnaval baiano.
Esse comércio de vagas, distribuídas oficialmente por critério de antiguidade, está na mira da prefeitura de Salvador e do Ministério Público. É um negócio cada vez mais lucrativo. O bloco Camaleão, da banda Chiclete com Banana, por exemplo, desfila no horário do Gula na Barra desde 2008 pagando a cifra de R$ 500 mil por dia, segundo fonte ligada ao próprio bloco. Além do Camaleão, já saíram nas vagas do Gula blocos de Claudia Leitte (2008, 2009 e 2010), Jammil (2010) e Cheiro de Amor (2011 e 2013).
Um empresário que já comprou uma vaga do bloco Gula afirma que os detentores da posição não fazem Carnaval há muito tempo. “Um dos donos da vaga é bancário em São Paulo e não faz Carnaval há anos”, conta. O cantor Bell Marques, sócio do bloco Camaleão, foi procurado para comentar o assunto, mas não foi localizado. (Correio)