O programa nacional de combate ao crack, lançado há um ano pela presidente Dilma Rousseff e com recursos previstos em R$ 4 bilhões, é um tiro no escuro. Foi feito com base em números escassos, que nem de longe retratam a realidade dos usuários no País ou o universo de cracolândias.
O Estado teve acesso aos documentos preparatórios do plano "Crack, é possível vencer". "A estratégia foi pensada a partir de uma pesquisa nacional realizada pela Fiocruz, que mapeou os locais de maior concentração de uso de crack nos Estados", diz o documento assinado pelo Departamento de Políticas, Programas e Projetos, do Ministério da Justiça.
No entanto, o governo tem nas mãos dados de apenas quatro Estados, pois comandantes de 23 PMs não forneceram estatísticas sobre o crack - incluindo São Paulo, Minas, Rio, Paraná e Mato Grosso. Os dados coletados são referentes só à quantidade de pontos de venda e de usuários. O levantamento com Secretarias de Segurança dos Estados não é diferente e reuniu dados precários.
O Distrito Federal, por exemplo, informou que tem apenas 220 usuários da droga. Goiás alega ter 56. Mato Grosso do Sul, 120. Oito Estados nem sequer forneceram informações. São Paulo respondeu parcialmente, sugerindo foco na capital do Estado. Leia mais...