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Lei da Ficha Limpa, um marco para a democracia brasileira

     A Lei da Ficha Limpa foi um marco para a democracia brasileira. Elaborado a partir de uma vontade da sociedade civil organizada, o projeto de lei foi aprovado por unanimidade do Congresso Nacional – não apenas pelo interesse dos parlamentares, mas, principalmente, por pressão da população. A partir da sanção do ex-presidente Lula em 2010, e depois de passar pelo escrutínio do Supremo Tribunal Federal (STF), que aprovou a constitucionalidade da lei, todo candidato a cargo eletivo condenado em segunda instância torna-se inelegível.
   O pleito municipal deste ano foi o primeiro com a vigência da Lei da Ficha Limpa e o que se verificou foi um desconhecimento de maior parte da população da funcionalidade dessa legislação. O resultado: um recorde de votos nulos. Foram 9,1 milhões de votos nulos, que num primeiro momento chegaram a assustar o Tribunal Superior Eleitoral (STE).
São 3.007 políticos que caíram na malha da Ficha Limpa e cujos votos estão sub judice. Eles foram registrados, mas não aparecem na totalização do candidatos porque entram na conta dos nulos. Com isso, a rubrica disparou, enquanto muitos candidatos ainda aparecem sem voto na consolidação dos resultados.
   Alguns outros números mostram o desconhecimento da Lei da Ficha Limpa por grande parte do eleitorado nacional. Dos 197 políticos fichas-sujas que recorreram à Justiça e mesmo barrados disputaram a eleição a prefeito, 59 (quase um terço) foram os mais votados de suas cidades. Eleitores de 118 cidades escolheram para a prefeitura candidatos com registros indeferidos ou cassados que ainda aguardam decisão do STE. (informações:Yahoo/Foto:Divulgação).
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