Em clima de articulações para as eleições, o Partido da República (PR) realizou ontem o II Encontro Municipal, no auditório do edifício Empresarial Simonsen, Avenida Tancredo Neves, com a presença das principais lideranças da sigla no Estado e os pré-candidatos a vereadores, que devem movimentar o ambiente de campanha na cidade.
No evento, os republicanos ouviram palestras e debateram temas ligados às eleições, a exemplo dos registros de candidaturas, impasses jurídicos e dicas de mar-keting eleitoral. No entanto, apesar do cenário propício ao entendimento, nos bastidores a conjuntura ainda é de divergências internas.
Os motivos são as supostas negociações lideradas pelo presidente estadual do partido, o ex-senador César Borges, para ingresso na composição do governo do Estado e a observada insistência - conforme fontes que não querem se identificar - do deputado federal Maurício Trindade de seguir na disputa pela prefeitura de Salvador.
Informações dão conta de que Trindade estaria incomodado com o fato de Borges estar conduzindo o processo de diálogo com a cúpula do governo Wagner e, agora, além de projetar-se como candidato, se licenciando da Câmara Federal ainda cogita abertamente se aliar à oposição, o que tem desagradado alguns setores do partido.
Os rumores são de que, há alguns meses, o deputado tenta passar por cima da direção estadual, primeiro ao se colocar como nome na briga pelo Palácio Thomé de Souza, dizendo que tinha o aval da Executiva nacional e que estaria conversando com o governo estadual e agora mais uma vez reitera o apoio nacional, só que ameaçando aliança com o deputado federal ACM Neto (DEM).
Articuladores dizem que não temem a insatisfação de Trindade, já que César Borges tem toda legitimidade de alinhavar a costura com o governo, justamente por ser o dirigente estadual do PR, tendo o respaldo do comando nacional. A Tribuna da Bahia conversou com Borges, que minimizou os burburinhos de possíveis tensões.