O chefe do Executivo, na época, insinuou que iria a manifestações de 7 de setembro, o que de fato aconteceu
Foto: Evaristo Sá/ AFP
Mais um vídeo foi removido do canal do YouTube do presidente Jair Bolsonaro (PL). Dessa vez, saiu do ar uma entrevista à Rádio Jovem Pan Maringá, concedida em 12 de agosto de 2021.
Em nota à reportagem, o YouTube afirmou que “tem elaborado um sólido conjunto de políticas e sistemas – incluindo a Política de Integridade Eleitoral e Supressão de Eleitores, atualizada recentemente – para dar visibilidade a conteúdo confiável, reduzir a disseminação de informações enganosas e permitindo, ao mesmo tempo, a realização do debate político”.
A entrevistada foi gravada e replicada no canal de Bolsonaro. Nela, o presidente defendeu o voto impresso, repetiu ataques ao então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, e fez, sem provas, alegações infundadas de fraudes em eleições passadas.
“Eu quero, se perder a eleição, entregar a faixa e cumprimentar, desejar sorte, e ir cuidar da minha vida. Agora, da forma como está, parece que estão conduzindo para eleger aquele cara que até pouco tempo estava preso”, disse, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O chefe do Executivo, na época, insinuou que iria a manifestações de 7 de setembro, o que de fato aconteceu. No feriado, Bolsonaro fez declarações de tom golpista e xingou o ministro Alexandre de Moraes de “canalha”.
A remoção do vídeo pelo YouTube foi apontada pela Novelo Data. A plataforma de monitoramento afirmou que esse é o 35º conteúdo de Bolsonaro retirado do ar pela rede social.
“Na teoria, as regras do YouTube determinam que uma punição do tipo deixaria o canal bloqueado por 1 semana”, escreveu Guilherme Felitti, fundador da Novelo Data.
Apesar de questionadas por Bolsonaro, as urnas eletrônicas são auditáveis e testadas com regularidade sobre sua segurança. Já foi constatado que os dados principais são invioláveis e não podem ser infectados por vírus que roubem informações. O TSE afirma que não há indícios de fraude em eleições desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram adotadas.