Ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta elogiou ainda a união do prefeito de Salvador, ACM Neto, e do governador da Bahia, Rui Costa, na condução da crise no estado. “O primeiro passo de ser um país e se reconhecer como país, é a proteção da vida dos brasileiros. No caso da Bahia, governador e prefeito, embora com diferenças políticas, conseguiram fazer um pacto pela vida. Era esse pacto pela vida que a gente queria ver espalhado em todo mundo”.
Ainda para Mandetta, faltou deixar a política de lado. “Eu conversava com o governador do Ceará, que é do PT, com o de Santa Catarina, que era do PSL. Para mim, a parte política seria completamente eliminada. Acho que isso teria sido o papel que engrandeceria ainda mais. Naquele momento, o inimigo, o invasor, como temos muito militar, usando palavras militares, o invasor do solo pátrio, era o vírus. Não tinha outro elemento. Faltou essa noção de sociedade brasileira complexa da liderança e a gente se unir. Até certo ponto, o pessoal foi solidário e o brasileiro mostrou mais uma vez a solidariedade. São inúmeros exemplos e a imprensa fez o papel direitinho”, disse.
O ex-ministro disse que o presidente da República, Jair Bolsonaro, adotou uma estratégia na condução da pandemia parecida com a adotada pelo presidente norte-americano, Donald Trump. A diferença ficou, segundo Mandetta, no limite.
“Eu vi uma estratégia muito igual do Brasil com os Estados Unidos. Foi uma sequência igual. Trump aparece com a cloroquina, Bolsonaro aparece com a cloroquina. Depois Trump joga a culpa e politiza com a China, aí o filho do Bolsonaro chama de vírus chinês. A coisa vai indo, mas tem uma hora que, quando ele vê o sistema de saúde e vê que o problema era grave, ele dá um passo atrás e coloca o Anthony Fauci, que é um epidemiologista muito respeitado, passando a bola para os técnicos. Aqui no Brasil não, a ideia era tirar o Ministério da Saúde da fala, da condução e ter uma postura de criticar governadores e prefeitos que estavam na ponta com as armas que tinham”, afirmou, em entrevista a Mário Kertész, na Metrópole.\