Entre os principais alvos das operações deflagradas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), na sexta-feira (14), estão três mulheres, que assumiram funções importantes nas facções criminosas.
Na Operação Prisioneiras, foi presa uma mulher que assumiu a liderança de um braço de uma facção que atua no bairro Vila Peri, em Fortaleza, quando o marido esteve preso. O companheiro dela também foi alvo de um mandado de prisão.
A Operação foi resultado de uma apreensão de aparelhos celulares no Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF), ocorrida em 2017. Com a extração de dados dos celulares, o Gaeco chegou ao braço da facção.
Outras duas mulheres também foram alvos de mandados de prisão na Operação. "Nós verificamos que aquele grupo de mulheres, que os celulares foram apreendidos, praticavam uma série de delitos, de tráfico de drogas, associação para o tráfico e até mesmo homicídios", afirmou o promotor de Justiça e coordenador do Gaeco, Rinaldo Janja.
Mulheres também receberam valores de outra facção
Já na Operação Fluxo de Caixa, os principais alvos eram duas mulheres, que eram as titulares das contas bancárias que recebiam dinheiro de outra facção criminosa, oriundo de São Paulo. Elas também foram presas.
O dinheiro enviado para o Ceará, por um homem preso em São Paulo, servia para ajudar membros da facção e financiar outros crimes. O Gaeco investiga tráfico de drogas, associação para o tráfico, e eventual prática de lavagem de dinheiro.
As duas operações visam cumprir 11 mandados de prisão e nove mandados de busca e apreensão. Os mandados judiciais foram expedidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas do Estado do Ceará e estão sendo cumpridos pelo Departamento Técnico Operacional (DTO) da Polícia Civil nos municípios de Fortaleza e Maracanaú; e pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Ceara (SAP) nas unidades prisionais José Sobreira de Amorim, CPPL II, IPPO II e Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa.
"Todas essas operações que o Gaeco vem fazendo visam o combate ao crime organizado. Inclusive estamos atacando os braços financeiros dessas organizações criminosas. Não estamos mais nos limitando apenas às prisões. E é uma resposta que o Ministério Público e os Órgãos de Segurança dão à sociedade. Queremos ver a sociedade mais tranquila e segura. Essas operações motivam a população a fazer as denúncias anônimas", resume o promotor de Justiça Adriano Saraiva.