Uma mulher cristã de 70 anos foi despida, espancada e exibida publicamente pelas ruas de uma aldeia no sul Egito por um grupo de 300 homens muçulmanos. A multidão também incendiou sete casas pertencentes a famílias cristãs, de acordo com um comunicado da Igreja Ortodoxa Copta local.
O ataque na aldeia de Al Karam foi motivado por boatos na região de que um homem cristão chamado Ashraf Abdu Atiya estaria envolvido em um relacionamento com uma mulher muçulmana. A idosa vítima do linchamento seria mãe de Atiya, de acordo com o jornal britânico Independent, e o homem precisou abandonar a cidade perante as ameaças, que foram denunciadas por seus pais na quinta-feira passada em uma delegacia.
Pelo menos três pessoas foram detidas até o momento e a polícia procura outras dez por envolvimento no ataque, que aconteceu na sexta-feira passada (20). Segundo a diocese, a violência começou às oito da noite, no horário local, e a polícia só respondeu ao chamado duas horas depois, quando o grupo já havia dispersado. Os responsáveis pelo atentado estavam armados e saquearam as residências, antes de atear fogo.
Perseguição - Os cristãos coptas são de uma ordem religiosa originária no Egito e representam 10% da população do país, porém, são tratados como cidadãos de segunda classe pela maioria muçulmana. O episódio de violência representa as tensões entre as duas religiões na província ao sul do Cairo, onde casos extraconjugais entre cristãos e muçulmanos são tratados como tabu. Pela primeira vez, a igreja copta criticou as autoridades do país pela negligência com tais ocorrências.