Um estudo inédito realizado no Brasil pelo Observatório Nacional de Onicomise mostrou que, no país, há uma alta prevalência das micoses de unha. A maior incidência das chamadas onicomicose acomete as mulheres (70,4%) em relação aos homens (29,6%). De acordo com a dermatologista e pesquisadora Camila Cazerta, isso ocorre porque elas comumente estão mais expostas às condições que favorecem a infecção, como o uso de sapatos de bico fino, traumatismos nas unhas pelas frequentes idas aos salões de beleza e a realização de serviços domésticos que exigem a utilização de água.
“A umidade é um dos principais fatores que favorecem o crescimento do fungo causador das onimicoses”, diz a especialista, lembrando que os mesmos fungos que atacam as unhas também agem na pele. Os números chamam a atenção dos dermatologistas uma vez que a doença pode trazer grandes desconfortos e é considerada por muitos especialistas como a micose superficial de mais difícil tratamento, levando de seis a 18 meses para ser totalmente curada.
“As micoses de unha são comumente negligenciadas pelos pacientes, especialmente, porque muitas vezes elas não apresentam sintomas”, diz a médica, pontuando que, no entanto, em graus avançados, podem causar deformidades ou mesmo o agravamento da saúde da unha, especialmente em pessoas que possuem deficiência imunológica e cuja reincidência tende a acontecer com maior frequência “A falta de adesão ao tratamento ou tratamento inadequado também favorece novas infecções”, completa.