Quando aparecer na tarde de hoje, pouco antes das 17h, na saída do túnel que leva ao gramado do estádio Mané Garrincha, em Brasília, a seleção estará entrando em campo pela centésima vez em uma Copa do Mundo. Uma marca histórica -só a Alemanha tem mais jogos em Mundiais: um- e que poderia ser um confronto para celebração se já estivesse assegurada a vaga para as oitavas do Mundial do qual o time de Luiz Felipe Scolari é anfitrião.
Mas não será festivo, ao menos no início. Estará em jogo contra Camarões a classificação, e mais do que isso, a afirmação de um grupo de jogadores. Apesar de ainda contar com o apoio popular (neste domingo, o time deixou o hotel rumo ao estádio para treinar sob aplausos de 1.500 pessoas), o grupo passa por momento de desconfiança um ano depois de encantar na Copa das Confederações.“Nosso objetivo é ser o primeiro do grupo e é disso que estamos indo atrás. É uma honra estar aqui [na Copa], imagina então disputar o jogo 100. Mas nada valerá sem uma boa classificação”, disse o lateral Daniel Alves.
Um empate basta ao Brasil para seguir em frente e pegar Holanda ou Chile na segunda fase. Por isso que após o empate sem gols contra o México, na terça (17), o tema eliminação não foi assunto recorrente em Teresópolis (RJ), onde o time está concentrado. Se vencer, provavelmente o Brasil será até o primeiro do Grupo A. Mas a combinação para que seja eliminado não é das mais mirabolantes e, por isso, o treinador cobrou tanto dos jogadores nos dois últimos treinos antes do confronto.
Em caso de derrota para Camarões, bastará um empate entre México e Croácia para Felipão e sua trupe darem adeus à competição. Mexicanos e croatas jogam também nesta segunda, no mesmo horário, na Arena Pernambuco. O Brasil pode ainda ser eliminado se perder e o México também perder, desde que a diferença de saldo de gols da derrota brasileira para a dos mexicanos seja de mais de três gols. Essa combinação é menos provável, mas não deixa os atletas tão sossegados.“É nossa final de Copa, jogo que para nós já é um mata-mata”, disse o goleiro Júlio César, o mais experiente do grupo com três Copas no currículo, duas como titular.