A ex-mulher do empresário da construção civil Aníbal João Valente Junior, de 43 anos, preso acusado pelo assassinato do cabo do Batalhão de Operações Especiais Sidnei Dias Simão, se ajoelhou e tentou pedir perdão à família do policial. Ela compareceu nesta sexta-feira na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense e disse ao irmão da vítima que “só pensou no policial quando soube do crime”.
Na ocasião, Sidnei, que fazia a segurança do coordenador do grupo AfroReggae, José Júnior, estava de folga . — Assim que soube do fato, pensei no seu irmão, nem no meu ex-marido eu pensei. Ele não é marginal, ele é trabalhador, pai de família e ele não fugiu — disse a mulher, que não quis se identificar. O irmão do PM aceitou o pedido de desculpas e disse que só o fazia “porque a família é evangélica”. Mas afirmou à mulher que Aníbal tem que pagar pelo que fez.
— Você tem o meu perdão. Mas isso não pode ficar impune. Meu irmão tinha orgulho de ser policial e de ser do Bope. O sofrimento é enorme. Não como nem durmo há cinco dias.
Perseguição a motorista - O crime aconteceu no dia 2 deste mês, um domingo. O cabo tentava impedir a fuga de um motorista após um acidente no Centro de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que deixou um idoso ferido. Alertado pelos pedestres que o motorista, Lucas de Souza Cândido, de 19 anos, estava escapando, Sidnei correu atrás do rapaz até um posto de gasolina. Segundo a polícia, Anibal viu uma pessoa armada abordando o jovem, que por coincidência é amigo de seu filho. Ele foi atrás e chegou a atirar no chão.
Quando se aproximou, Sidnei se identificou como policial e colocou a arma no chão. Mas Lucas e Peterson Pereira de Souza, de 36 anos - que acompanhava o empresário -, o incentivaram a atirar. - Lucas e Peterson disseram: "Mata, mata". Lucas chegou a negar que Sidnei era policial e afirmou que ele estava tentando roubá-lo -. À polícia, Anibal disse que tem hábito de andar armado porque efetua grande pagamentos, mas ainda não foi apresentado porte de arma.