O dólar fechou em alta na sexta-feira (16), atingindo o maior patamar de fechamento em três anos e meio e colocando em alerta total os investidores sobre possíveis atuações do Banco Central. A divisa acompanhou a tendência no exterior, diante de renovadas preocupações com o chamado "abismo fiscal" nos Estados Unidos. A moeda norte-americana avançou 0,76%, cotada a R$ 2,0818 para a venda.
É o maior patamar de fechamento desde o dia 15 de maio de 2009, quando o dólar fechou a R$ 2,109 na venda. Neste ano, até então, o maior nível de fechamento do dólar havia sido R$ 2,0804, no dia 22 de maio. Com o fechamento de hoje, a moeda acumula alta de 2,54% no mês e de 11,42% no ano. "Depois que passou de R$ 2,08, acendeu o alerta vermelho. O BC com certeza está acompanhando de perto a moeda e pode atuar", afirmou o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano.
"Os problemas são os mesmos, os Estados Unidos continuam com o problema fiscal e a zona do euro continua em uma situação ruim, fazendo essa alta continuar", acrescentou Romano. "O mercado vai ficar esperando a reunião de Obama no Congresso para ver se há alguma sinalização de acordo. Nos últimos dias as quedas das bolsas de Nova York foram por conta desse assunto e os outros mercados estão colados", disse o economista-chefe da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti.
O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, reúne-se com os principais líderes do Congresso para falar sobre o orçamento nesta sexta-feira. Investidores têm mostrado apreensão com o risco de a maior economia do mundo entrar em recessão se nenhum acordo for alcançado para evitar cerca de US$ 600 bilhões em cortes de gastos e aumento de impostos a partir de janeiro, o chamado abismo fiscal. Leia mais...