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Acusado de matar filho por ser 'afeminado', pai vai a júri popular

    Um pai que matou o filho de 8 anos em fevereiro deste ano por ser "afeminado" irá a júri popular. O Tribunal de Justiça do Rio divulgou a decisão do juiz titular da 1ª Vara Criminal da Capital, Fábio Montenegro, na quarta (17).
   Na época do crime, Alexandre Andre Moraes Soeiro prestou depoimento e disse à polícia que cometeu o crime pelo fato de a criança ter um "comportamento desobediente". Contrariando a versão do pai, o juiz frisou que as agressões contra a criança ocorriam com frequência e sempre com a justificativa por parte do pai que "o filho tinha um jeito afeminado". De acordo com laudo divulgado pela Polícia Civil, a criança apresentava sinais de espancamento e morreu em decorrência de hemorragia interna e dilaceração do fígado.
    Em parte da decisão, o juiz cita as agressões. "Ocorre que o denunciado, entendendo ser o menino 'afeminado', porque brincava de dançar e andava por vezes 'rebolando', passou a espancá-lo frequentemente, com o intuito de 'ensiná-lo a ser um homem', sendo esta a motivação para a prática do crime".
  O Ministério Público do Rio de Janeiro disse ainda que o menino, além de ser vulnerável, apresentava sinais de desnutrição. "Em virtude dos reiterados espancamentos sofridos pela vítima, esta passou a se retrair diante do pavor que sentia, não reagindo aos constantes espancamentos do denunciado. Restando comprovados os fatos descritos na denúncia, assim como os indícios de autoria, impõe-se submeter o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri, pois cabe a este Colegiado a análise das provas e a decisão quanto aos crimes dolosos contra vida", decidiu.
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